No deserto, uma caravana seguia viagem com dificuldade por um terreno árido, poeirento e pedregoso. Seus integrantes tinham fé absoluta em seu guia e deixavam em suas mãos todas as decisões. Sentiam-se especialmente gratificados quando, devido ao intenso calor do dia, eram orientados a viajar durante a noite e dormir durante o dia.
Certa noite, após uma jornada particularmente desgastante, de repente, o guia ordenou:
─ Parem! Vamos nos deter aqui por algum tempo. Como vocês vêem, o lugar está cheio de pedras. Quero que vocês se abaixem e catem o maior número possível de pedras e pedregulhos. Encham todas suas bolsas e sacolas com elas e podem levá-las para casa.
Batendo palmas, exortou:
─ Vamos depressa! Vocês têm só cinco minutos para isso. Em seguida, retornaremos a marcha.
Os viajantes acharam que ele estava louco.
Apenas alguns, murmurando, colocaram algumas pedras e pedregulhos nas sacolas.
─ Já basta! Retomemos a caminhada ─ disse o guia.
Enquanto prosseguiam pelo resto da noite, todos estavam muito cansados para poderem conversar, mas seguiam perguntando-se qual o sentido daquelas ordens tão sem propósito.
Quando o sol nasceu, a caravana parou e as tendas foram montadas. Os poucos que haviam recolhido algumas pedras puderam vê-las pela primeira vez:
─ Santo Deus! São todas de diferentes cores. Brilham e resplandecem. Na verdade, são gemas e pedras preciosas.
Rapidamente, a sensação de júbilo deu lugar ao arrependimento:
─ Devíamos ter tido a humildade de acatar as ordens do guia, recolhendo o maior número possível de pedras como nos foi dito.
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