Voltar

Voltar
CLIQUE NAS IMAGENS DAS LATERAIS PARA NAVEGAR PELO NOSSO ACERVO DIGITAL

A águia e o pardal

            O sol anunciava o final de mais um dia e lá, entre as árvores, estava Andala, um pardal que não se cansava de observar Yan, a grande águia. Seu vôo preciso, perfeito, enchia seus olhos de admiração. Sentia vontade em voar como a águia, mas não sabia como fazê-lo. Sentia vontade de ser forte como a águia, mas não conseguia assim ser. Todavia, não cansava de segui-la, por entre as árvores, só para vislumbrar tamanha beleza...
            Um dia, estava a voar por entre a mata, a observar o vôo de Yan e, de repente, a águia sumiu da sua visão. Voou mais rápido para reencontrá-la, mas a águia havia desaparecido. Foi quando levou um enorme susto: deparou, de uma forma muito repentina, com a grande águia a sua frente. Tentou conter o seu vôo, mas foi impossível, acabou batendo de frente com o belo pássaro. Caiu desnorteado no chão e quando voltou a si, pôde ver aquele pássaro imenso, bem ao seu lado, observando-o. Sentiu um calafrio no peito, suas asas ficaram arrepiadas e pôs-se em posição de luta. A águia, em sua quietude, apenas o olhava calma e mansamente, e com uma expressão séria, perguntou-lhe:
            - Por que estás a me vigiar, Andala?
            - Quero ser uma águia como tu, Yan. Mas, meu vôo é baixo, pois minhas asas são curtas e vislumbro pouco, por não conseguir ultrapassar meus limites.
            - E como te sentes, amigo, sem poder desfrutar, usufruir de tudo aquilo que está além do que podes alcançar com tuas pequenas asas?
            - Sinto tristeza. Uma profunda tristeza. A vontade é muito grande de realizar este sonho...
           O pardal suspirou olhando para o chão... E continuou:
           - Todos os dias acordo muito cedo para vê-la voar e caçar. És tão única, tão bela. Passo o dia a observar-te.
           - E não voas? Ficas o tempo inteiro a me observar? Indagou Yan.
           - Sim. A grande verdade é que gostaria de voar como tu voas... Mas as tuas alturas são demasiadas para mim e creio não ter forças para suportar os mesmos ventos que, com graça e experiência, tu cortas harmoniosamente...
            - Andala, bem sabes que a natureza de cada um de nós é diferente e isso não quer dizer que nunca poderás voar como uma águia. Sê firme em teu propósito e deixa que a águia que vive em ti possa dar rumos diferentes aos teus instintos. Se abrires apenas uma fresta para que esta águia que está em ti possa te guiar, esta dar-te-á a possibilidade de vires a voar tão alto como eu. Acredita!
            E assim, a águia preparou-se para levantar vôo, mas voltou-se novamente ao pequeno pássaro, que a ouvia atentamente:
            - Andala, apenas mais uma coisa: não poderás voar como uma águia, se não treinares incansavelmente todos os dias. O treino é o que dá conhecimento, fortalecimento e compreensão para que possas dar realidade aos teus sonhos. Se não pões em prática a tua vontade, teu sonho sempre será apenas um sonho. Esta realidade é apenas para aqueles que não temem quebrar limites, crenças, conhecendo o que deve ser realmente conhecido. É para aqueles que acreditam ser livres e quando trazes a liberdade em teu coração, poderás adquirir as formas que desejares, pois já não estarás apegado a nenhuma delas, serás livre! Um pardal poderá, sempre, transformar-se numa águia, se esta for sua vontade. Confia em ti e voa, entrega tuas asas aos ventos e aprende o equilíbrio com eles. Tudo é possível para aqueles que compreenderam que são seres livres, basta apenas acreditar, basta apenas confiar na tua capacidade em aprender e ser feliz com tua escolha!

A força da oração

     Dias atrás, eu tive a oportunidade de ouvir uma história muito interessante.
     Era um vendedor viajante. Todas as semanas, saía em viagem de trabalho por cidades da região. Iniciava na segunda e retornava na sexta, sempre começando no mesmo sentido.
     Em uma destas viagens, ia ele dirigindo tranqüilamente, quando, logo após uma curva pôde ver, por sobre um toco de árvore, uma imagem de uma santa. Pensou ser o local um pouco estranho para deixarem a imagem de uma santa, mas aproveitou para fazer o sinal da cruz e uma oração pedindo paz e proteção para a semana de trabalho que se iniciava.
     Ao final da semana observou ter sido uma semana proveitosa. A viagem transcorrera sossegada.
     Na semana seguinte, a mesma coisa. Logo depois daquela curva, lá estava a imagem da santa. Novo sinal da cruz, nova oração e nova próspera semana de trabalho.
     E assim passaram-se meses.
     Um dia caiu em si e percebeu o quanto estava sendo ingrato. Desde que começara a rezar para a "santa da estrada", suas semanas vinham melhorando cada vez mais. E ele sequer sabia qual era a santa.
     Resolveu que na próxima viagem pararia no local. E assim fez. Chegando à curva da santa, parou o carro no acostamento, desceu e caminhou até a imagem. Quando então percebeu que a imagem nada mais era que uma bomba d'água.
     - Puxa vida! Todo esse tempo rezando para Nossa Senhora da Bomba D'água?
     Só então percebeu que a força estava na fé com que a oração era feita e não na imagem.
Quase sempre, a maior ou menor felicidade depende do grau da decisão de ser feliz.
 (Abraham Lincoln)

A folha amassada

Quando eu era criança, por causa do meu caráter impulsivo, tinha raiva de qualquer coisa. Na maioria das vezes, depois desses incidentes me sentia envergonhada e me esforçava para consolar a quem eu tinha magoado.
            Um dia, minha professora me viu pedindo desculpas, depois de uma explosão de raiva e entregou-me uma folha de papel lisa e disse:
            - Amasse-a!
            Com medo, obedeci e fiz com ela uma bolinha. A professora me disse novamente:

- Agora deixe-a como estava antes.
            Óbvio que não pude deixá-la como antes: por mais que tentasse, o papel continuava cheio de pregas.
            A professora me disse:

- O coração das pessoas é como esse papel. A impressão que neles deixamos será tão difícil de apagar como esses amassados.
Assim, aprendi a ser mas compreensiva e mais paciente.
            Quando sinto vontade de estourar, lembro daquele papel amassado.


A impressão que deixamos nas pessoas é impossível de apagar. Quando magoamos alguém com nossas ações ou com nossas palavras, logo queremos consertar o erro, mas é tarde demais.... 
            Alguém já me disse uma vez: "fale somente quando suas palavras possam ser tão suave como o silêncio. Mas não deixe de falar, por medo da reação do outro".
            Acredite, principalmente em seus sentimentos!
Seremos sempre responsáveis pelos nossos atos – nunca se esqueça!

Uma das razoes pelas quais temos tantos problemas nesta vida é porque insistimos em esquecer de coisas que deveríamos lembrar e porque, deliberadamente, nos lembramos de coisas que deveríamos esquecer (Arthur Graham).

A canoa

Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.
Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Companheiro, você entende de leis?
- Não - responde o barqueiro.
E o advogado compadecido:
- É pena, você perdeu metade da vida!
A professora, muito social, entra na conversa:
- Seu barqueiro, você sabe ler e escrever?
- Também não - responde o remador.
- Que pena! - condói-se a mestra - Você perdeu metade da vida!
Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro preocupado pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! - responderam eles rapidamente.
- Então é uma pena - conclui o barqueiro - Vocês perderam toda a vida!

Pense nisso e valorize todas as pessoas com as quais tenha contato. Cada uma delas tem algo diferente para ensinar...

"Não há saber mais ou saber menos, há saberes diferentes" ( Paulo Freire).

Barulho de Carroça

Certa manhã, meu pai convidou-me a dar um passeio no bosque e eu aceitei com prazer.
- Além do cantar dos pássaros, você está ouvindo mais alguma coisa?

Apurei os ouvidos alguns segundos e respondi:

- Estou ouvindo um barulho de carroça.

- Isso mesmo, disse meu pai. É uma carroça vazia ...

- Como pode saber que a carroça está vazia, se ainda não a vimos?

- Ora, respondeu meu pai. É muito fácil saber que uma carroça está
vazia, por causa do barulho.
Quanto mais vazia a carroça maior é o barulho que faz.

Tornei-me adulto, e até hoje, quando vejo uma pessoa falando demais,
inoportuna, interrompendo a conversa de todo mundo, tenho a impressão
de ouvir a voz do meu pai dizendo:
Quanto mais vazia a carroça, mais barulho ela faz...

O valor do gesto

            Um dia, quando eu era um calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa depois da aula. Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos os seus livros. Eu pensei: “Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa sexta-feira? Ele deve mesmo ser um c.d.f.”.
            Eu já tinha meu final de semana planejado (festas e um jogo de futebol com meus amigos, sábado à tarde), então, eu dei de ombros e segui meu caminho.
            Conforme eu ia caminhando, eu vi um grupo de garotos correndo na direção dele. Eles o atropelaram, arrancando todos os seus livros de seus braços e o empurrando, de forma que ele caiu no chão. Seus óculos voaram, e eu os vi aterrissarem na grama a alguns metros de onde ele estava. Ele ergueu o rosto e eu vi a terrível tristeza em seus olhos. Meu coração se penalizou por ele.
            Então, eu corri até ele, enquanto ele engatinhava, procurando por seus óculos, e pude ver uma lágrima em seu olho. Enquanto lhe entregava os óculos, disse:
            ─ Aqueles caras são uns babacas. Eles deviam arrumar o que fazer.
            Ele olhou para mim e disse:
            ─ Ei, obrigado!
            Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que mostram gratidão.
            Eu o ajudei a apanhar seus livros, e perguntei onde morava. Por coincidência, ele morava perto da minha casa, então, eu perguntei por que nunca o havia visto antes. Ele respondeu que antes freqüentava uma escola particular.
            Nós conversamos durante todo o caminho de volta para casa, e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal. Eu perguntei se ele queria jogar futebol no sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim. Nós ficamos juntos por todo o final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele. E meus amigos pensavam da mesma forma.
            Chegou a segunda-feira, e lá estava o Kyle com aquela quantidade imensa de livros outra vez. Eu o parei e disse:
            ─ Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso, carregando uma pilha de livros assim todos os dias!
            Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros.
            Pelos próximos quatro anos, Kyle e eu nos tornamos os melhores amigos. Quando estávamos nos formando, começamos a pensar na faculdade. Kyle decidiu ir para Georgetown, e eu ia para a Duke. Eu sabia que seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico, e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol.
Kyle era o orador de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um c.d.f. Ele teve que preparar um discurso de formatura. Eu estava supercontente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.
No dia da formatura, eu vi Kyle. Ele estava ótimo. Ele era um daqueles caras que realmente se encontraram durante a escola. Ele estava mais encorpado e tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos. Ele saía com mais garotas do que eu, e todas as meninas o adoravam! Às vezes, eu até ficava com inveja. Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso por causa do discurso. Então, eu dei um tapinha nas costas dele e disse:
            ─ Ei, garotão, você vai se sair bem!
            Ele olhou para mim com aquele olhar (olhar de gratidão) e sorriu.
            ─ Valeu! ─ ele disse.
            Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o discurso:
            “A formatura é uma época para agradecermos aqueles que nos ajudaram durante estes anos duros. Nossos pais, professores, irmãos, talvez até um treinador... mas principalmente os nossos amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo para alguém é o melhor presente que você pode lhe dar. Eu vou lhes contar uma história.”
            Eu olhei para o meu amigo, sem conseguir acreditar, enquanto ele contava a história sobre o dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana. Contou a todos como ele havia esvaziado seu armário da escola, para que sua mãe não tivesse que fazer isso depois que ele morresse, e estava levando todas as suas coisas para casa. Ele olhou diretamente nos meus olhos e me deu um pequeno sorriso. “Felizmente, eu fui salvo. Meu amigo me salvou de fazer algo inominável”. Eu observava o nó na garganta em todos na platéia, enquanto aquele rapaz popular e bonito contava sobre aquele seu momento de fraqueza. Eu vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com aquela mesma gratidão. Até aquele momento, eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.
            Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto, você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus nos coloca a todos na vida uns dos outros, para que tenhamos um impacto uns sobre os outros, de alguma forma.

Pedrinhas na praia


    Diz a lenda que, certa vez, um homem caminhava pela praia, numa noite de lua cheia. Pensava desta maneira: "Se eu tivesse um carro novo, seria feliz..." "Se eu tivesse uma casa grande, seria feliz...", "Se eu tivesse um excelente trabalho, seria feliz...", "Se eu tivesse uma parceira perfeita, seria feliz...".
    Nesse momento, tropeçou numa sacolinha de pedras e começou a jogá-las, uma a uma, no mar, cada vez que dizia: "Seria feliz, se tivesse...."
    Assim, se fez, até que somente ficou com uma pedrinha na sacolinha, que decidiu guardar.
    Ao chegar em casa, percebeu que aquela pedrinha era um diamante muito valioso. Você imaginou, quantos diamantes jogou no mar, sem parar para pensar?

    Quantos de nós vivemos jogando nossos preciosos tesouros, por estar pesperando o que acreditamos ser perfeito ou sonhando e desejando o que não temos, sem dar valor qo que temos perto de nós!
Olhe ao seu redor e, se você parar para observar, perceberá quão afortunado é. Muito perto de você, está a sua felicidade.
    Observe a pedrinha que pode ser um diamante valioso. Cada um de nossos dias pode ser considerado um diamante precioso, valioso e insubstituível. Depende de você aproveitá-lo ou lançá-lo ao mar do esquecimento, para nunca mais recuperá-lo.

A caravana

No deserto, uma caravana seguia viagem com dificuldade por um terreno árido, poeirento e pedregoso. Seus integrantes tinham fé absoluta em seu guia e deixavam em suas mãos todas as decisões. Sentiam-se especialmente gratificados quando, devido ao intenso calor do dia, eram orientados a viajar durante a noite e dormir durante o dia.
            Certa noite, após uma jornada particularmente desgastante, de repente, o guia ordenou:
            ─ Parem! Vamos nos deter aqui por algum tempo. Como vocês vêem, o lugar está cheio de pedras. Quero que vocês se abaixem e catem o maior número possível de pedras e pedregulhos. Encham todas suas bolsas e sacolas com elas e podem levá-las para casa.
            Batendo palmas, exortou:
            ─ Vamos depressa! Vocês têm só cinco minutos para isso. Em seguida, retornaremos a marcha.
            Os viajantes acharam que ele estava louco.
            Apenas alguns, murmurando, colocaram algumas pedras e pedregulhos nas sacolas.
            ─ Já basta! Retomemos a caminhada ─ disse o guia.
            Enquanto prosseguiam pelo resto da noite, todos estavam muito cansados para poderem conversar, mas seguiam perguntando-se qual o sentido daquelas ordens tão sem propósito.
            Quando o sol nasceu, a caravana parou e as tendas foram montadas. Os poucos que haviam recolhido algumas pedras puderam vê-las pela primeira vez:
            ─ Santo Deus! São todas de diferentes cores. Brilham e resplandecem. Na verdade, são gemas e pedras preciosas.
            Rapidamente, a sensação de júbilo deu lugar ao arrependimento:
            ─ Devíamos ter tido a humildade de acatar as ordens do guia, recolhendo o maior número possível de pedras como nos foi dito.

A caixa dourada

Há certo tempo, um homem castigou sua filhinha de três anos por desperdiçar um rolo de papel de presente dourado. O dinheiro andava escasso naqueles dias, razão pela qual o homem ficou furioso, ao ver a menina envolvendo uma caixinha com aquele papel dourado e colocando-a debaixo da árvore de Natal.
            Apesar de tudo, na manhã seguinte, a menininha levou o presente a seu pai e disse:
            ─ Isto é para você, paizinho!
            Ele se sentiu envergonhado da sua furiosa reação, mas voltou a explodir, quando viu que a caixa estava vazia, gritou:
            ─ Você não sabe que, quando se dá um presente a alguém, a gente coloca alguma coisa dentro da caixa?
            A pequena menina olhou para cima com lágrimas nos olhos e disse:
            ─ Ó, paizinho, não está vazia. Eu soprei beijos dentro da caixa. Todos para você, papai!
            O pai morreu de vergonha, abraçou a menina e suplicou que ela o perdoasse.
            Dizem que o homem guardou a caixa dourada ao lado de sua cama por anos e sempre que se sentia triste, chateado, deprimido, ele tomava da caixa um beijo imaginário e recordava o amor que sua filha havia posto ali.
            De uma forma simples, mas sensível, cada um de nós, humanos, recebemos uma caixinha dourada, cheia de amor incondicional de beijos de nosso Pai Deus, que nos fez à sua imagem e semelhança... que nos fez todos irmãos.

A águia e as galinhas

Um camponês, enquanto caminhava por uma floresta, encontrou um filhote de águia machucado e desprotegido. Levou-o para casa, colocou-o no seu galinheiro, onde ele cresceu e aprendeu a se alimentar como as galinhas e a se comportar da mesma maneira que elas.
            Certo dia, passou por sua casa um naturalista que, vendo a águia ciscando no chão, foi falar com o camponês:
            ─ Isto não é uma galinha, é uma águia!
            O camponês retrucou:
            ─ Agora ela não é mais uma águia, agora ela é uma galinha!
            O naturalista disse:
            ─ Não, uma águia é sempre uma águia, vamos ver uma coisa...
            Levou-a para cima da casa do camponês, elevou-a nos braços e disse:
            ─ Voe, você é uma águia, assuma sua natureza! ─ Mas a águia não voou, e o camponês disse:
            ─ Eu não falei que agora ela era uma galinha?
            O naturalista disse:
            ─ Amanhã veremos...
            No dia seguinte, logo de manhã, eles subiram até o alto de uma montanha. O naturalista levantou a águia e disse:
            ─ Águia, veja este horizonte, veja o sol lá em cima e os campos verdes lá embaixo... Veja, todas estas nuvens podem ser suas. Desperte para a sua natureza e voe como uma águia que é...
            A águia começou a ver tudo aquilo e foi ficando maravilhada com a beleza das coisas que nunca tinha visto, ficou um pouco confusa no início, sem entender por que tinha ficado tanto tempo alienada. Então, ela sentiu seu sangue de águia correr nas veias, perfilou devagar suas asas e partiu num vôo lindo, até que desapareceu no horizonte azul.

A árvore dos problemas

Esta é uma história de um homem que contratou um carpinteiro para ajudar a arrumar algumas coisas na sua fazenda.
O primeiro dia do carpinteiro foi bem difícil. O pneu do seu carro furou, fazendo com que ele deixasse de ganhar uma hora de trabalho; a sua serra elétrica quebrou; e aí ele cortou o dedo; e ainda mais, no final do dia, o seu carro não funcionou.
O homem que contratou o carpinteiro ofereceu uma carona para casa e, durante o caminho, o carpinteiro não falou nada.
Quando chegaram a sua casa, o carpinteiro convidou o homem para entrar  e conhecer sua família. Quando os dois homens estavam se encaminhando para a porta da frente, o carpinteiro parou junto a uma pequena árvore e, gentilmente, tocou as pontas dos galhos com as duas mãos.
Depois de abrir a porta da sua casa, o carpinteiro transformou-se. Os traços tensos do seu rosto transformaram-se em um grande sorriso e ele abraçou seus filhos e beijou sua esposa.
Um pouco mais tarde, o carpinteiro acompanhou sua visita até o carro. Assim que eles passaram pela árvore, o homem perguntou por que ele havia tocado na planta antes de entrar em casa.
- Ah! esta é a minha planta dos problemas. Eu sei que não posso evitar ter problemas no meu trabalho, mas estes problemas não devem chegar até meus filhos e minha esposa. Então, todas as noites, eu deixo os meus problemas nesta árvore quando chego em casa, e os pego no dia seguinte. E você quer saber de uma coisa? Toda manhã, quando eu volto para buscar os meus problemas, eles não são nem metade do que eu me lembro de ter deixado na noite anterior.

Amar até o fim

            Numa aldeia vietnamita, um orfanato dirigido por um grupo de missionários foi atingido por um bombardeio. Os missionários e duas crianças tiveram morte instantânea, e as restantes ficaram gravemente feridas. Entre elas, uma menina de oito anos, considerada em pior estado.
            Era necessário chamar ajuda por um rádio e, ao fim de algum tempo, um médico e uma enfermeira da Marinha dos EUA chegaram ao local.
            Teriam que agir rapidamente, senão a menina morreria, devido aos traumatismos e à perda de sangue. Era urgente fazer uma transfusão, mas como?
            Reuniram as crianças e, entre gesticulações, arranhadas no idioma, tentavam explicar o que estava acontecendo e que precisariam de um voluntário para doar sangue.
            Depois de um silêncio sepulcral, viu-se um braço magrinho levantar-se timidamente.
            Era um menino chamado Heng. Ele foi preparado às pressas, ao lado da menina agonizante, e espetaram-lhe uma agulha na veia.
            Ele se mantinha quietinho e com o olhar fixo no teto.
            Passados alguns momentos, ele deixou escapar um soluço e tapou o rosto com a mão que estava livre.
            O médico perguntou-lhe se estava doendo e ele negou.
            Mas não demorou muito a soluçar de novo, contendo as lágrimas.
            O médico ficou preocupado e voltou a lhe perguntar, e novamente ele negou. Era evidente que alguma coisa estava errada.
            Foi, então, que apareceu uma enfermeira vietnamita vinda de outra aldeia.
            O médico pediu que ela procurasse saber o que estava acontecendo com o Heng.
            Com a voz meiga e doce, a enfermeira foi conversando com ele e explicando algumas coisas. E o rostinho do menino foi se aliviando. Minutos depois, ele estava novamente tranqüilo.
            A enfermeira, então, explicou aos americanos:
            ─ Ele pensou que ia morrer, não tinha entendido o que vocês disseram e estava achando que ia dar todo o seu sangue para a menina não morrer.
            O médico aproximou-se dele e, com a ajuda da enfermeira, perguntou:
            ─ Mas, se era assim, por que então que você se ofereceu a doar seu sangue?
            E o menino respondeu simplesmente:
            ─ Ela é minha amiga...

A arte de ouvir

O sábio Saad de Shiraz caminhava por uma rua com seu discípulo, quando viu um homem tentando fazer com que sua mula andasse. Como o animal se recusava a sair do lugar, o homem começou a insultá-lo com as piores palavras que conhecia.
- Não sejas tolo - disse Saad de Shiraz. - O asno jamais aprenderá tua linguagem. O melhor será que te acalmes e aprendas a linguagem dele.
E, afastando-se, comentou com o discípulo:
- Antes de entrar numa briga com um asno, pensa bem na cena que acabaste de ver.

Dormir enquanto os ventos sopram


Um fazendeiro possuía terras ao longo do litoral do Atlântico e constantemente anunciava estar precisando de empregados. Entretanto, a maioria de pessoas era pouco disposta a trabalhar em fazendas ao longo do Atlântico, pois temiam as horrorosas tempestades que varriam aquela região, fazendo estragos nas construções e nas plantações. 
Procurando por novos empregados, ele recebeu muitas recusas. Finalmente, um homem baixo e magro, de meia-idade, se aproximou do fazendeiro. 
- Você é um bom lavrador? - perguntou o fazendeiro. 
- Bem, eu posso dormir enquanto os ventos sopram - respondeu o pequeno homem. 
Embora confuso com a resposta, o fazendeiro, desesperado por ajuda, o empregou.
O pequeno homem trabalhou bem ao redor da fazenda, mantendo-se ocupado do alvorecer até o anoitecer e o fazendeiro estava satisfeito com o seu trabalho. 
Então, uma noite, o vento uivou ruidosamente. O fazendeiro pulou da cama, agarrou um lampião e correu até o alojamento dos empregados.
Sacudiu o pequeno homem e gritou:
- Levanta! Uma tempestade está chegando! Amarre as coisas antes que sejam arrastadas! 
O pequeno homem virou-se na cama e disse firmemente.
- Não, senhor. Eu lhe falei: eu posso dormir enquanto os ventos sopram. 
Enfurecido pela resposta, o fazendeiro ficou tentado a despedi-lo imediatamente. Mas, em vez disso, ele se apressou a sair e preparar o terreno para a tempestade. Do empregado, trataria depois. 
Mas, para seu assombro, ele descobriu que todos os montes de feno tinham sido cobertos com lonas, firmemente presas ao solo. As vacas estavam bem protegidas no celeiro, os frangos nos viveiros e todas as portas muito bem travadas. As janelas, bem fechadas e seguras. Tudo tinha sido amarrado. Nada poderia ser arrastado.
O fazendeiro, então, entendeu o que seu empregado quis dizer e retornou para sua cama, para também dormir enquanto o vento soprava. 
 
Quando se está preparado - espiritualmente, mentalmente e fisicamente - você não tem nada a temer.
Você pode dormir enquanto os ventos sopram em sua vida?

O eco da vida

Um filho e um pai caminhavam pelas montanhas. De repente, seu filho se machuca e grita:
 - Aaaii !!
Escuta em seguida:
- Aaaii!
Curioso, pergunta:
-  Quem é você? 
 Recebe como resposta:
-  Quem é você?
 Contrariado grita:
                                                       - Seu covarde!
                                                 Escuta como resposta:
                                                 - Seu covarde!
                                                      Olha para o pai e pergunta aflito:
                                                                 - O que é isso?
                                                      O pai sorri e fala:
                                                -  Meu filho, preste atenção.
Então o pai grita em direção a montanha:
-    Eu admiro você!
-   Escuta como resposta!
-   Eu admiro você!
-   De novo o homem grita:
-   Você é um campeão!
A voz responde:
-   Você é um campeão !!
O menino fica espantado, não entende.
Então o pai explica:
-     As pessoas chamam isso de eco, mas na verdade isso é a vida. Ela lhe dá de volta tudo o que você diz ou faz. Nossa vida é simplesmente o reflexo de nossas ações.
Se você quer mais amor no mundo, crie mais amor no seu coração. Se você quer mais competência da sua equipe, desenvolva a sua competência. O mundo é somente a prova da nossa capacidade. Tanto no plano pessoal quanto no profissional, a vida vai lhe dar de volta o que você deu a ela.  Sua vida não é uma coincidência, é conseqüência de você.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...