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Conversa entre gêmeos

No ventre de uma mulher grávida dois gêmeos dialogam:
- Você acredita em vida após o parto?
- Claro! Há de haver algo após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Afinal como seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comamos com a nossa boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Além disso, andar não faz sentido pois o cordão umbilical é muito curto.
- Sinto que há algo mais. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita em mamãe? Se ela existe, onde ela está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela não existiríamos.
- Eu não acredito! Nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que ela não existe.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, posso ouvi-la cantando ou senti-la afagando nosso mundo. Eu penso que, após o parto, a vida real nos espera; e, no momento, estamos nos preparando para ela.



"Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais
miseráveis de todos os homens." 1Coríntios 15,19-20

Amigo Pai

Não posso dar-te soluções para todos os problemas da vida, nem tenho resposta para todas as tuas dúvidas e temores, mas posso escutar-te e buscá-las junto contigo.

Não posso mudar teu passado nem teu futuro, mas quando precisares de mim  estarei junto a ti.

Não posso evitar que tropeces, apenas posso oferecer minhas mãos para que recuperes o equilíbrio e não caias.

Tuas alegrias, teus triunfos e teus resultados não são meus. Mas compartilho sinceramente quando te vejo feliz.

Não julgo as decisões que tomas na vida. Limito-me a apoiar-te,  estimular-te e ajudar-te, quando me pedes e quando não me pedes também.

Não posso estabelecer os limites, dentro dos quais  convém que atues, mas te abro o espaço para que cresças.

Não posso evitar teus sofrimentos, quando alguma dor te parte o coração, mas posso chorar contigo e recolher teus pedaços, para te reconstruir.

Não posso diz ser-te quem és nem quem deverias ser. Somente posso amar-te tal como és e ser apenas um amigo.

O valor de um gesto


Um dia, quando eu era um calouro na escola, vi um garoto de minha sala caminhando para casa, depois da aula. Seu nome era Kyle. Parecia que ele estava carregando todos seus livros. Eu pensei: “Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa sexta-feira? Ele deve mesmo ser um C.D.F.”
Eu já tinha meu final de semana planejando(festas e um jogo de futebol com meus amigos no sábado de tarde), então, eu dei de ombros e segui meu caminho.
Conforme eu ia caminhando, eu vi um grupo de garotos correndo na direção dele. Eles o atropelaram,  arrancando todos os seus livros de seus braços e o empurrando , de forma que ele caiu no chão. Seus óculos voaram, e eu os vi aterrissarem na grama a alguns metros de onde ele estava. Ele ergueu o rosto e eu vi a terrível tristeza em seus olhos. Meu coração se penalizou por ele.
Então, corri até ele enquanto ele engatinhava, procurando por seus óculos, e pude ver uma lágrima em seu olho. Enquanto eu lhe entregava os óculos, disse:
- Aqueles  caras são uns babacas. Eles realmente deviam arrumar uma vida própria.
Ele olhou para mim e disse:
- Ei, obrigado!
Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente mostram gratidão.
Eu o ajudei a apanhar os livros, e perguntei onde ele morava. Por coincidência , ele morava perto da minha casa, então, eu perguntei por que nunca o havia visto antes.
Ele respondeu que antes ele freqüentava  uma escola particular.
Nós conversamos por todo o caminho de volta para casa, e eu carreguei seus livros. Ele se revelou um garoto bem legal. Eu perguntei se ele queria jogar futebol no sábado comigo e meus amigos. Ele disse que sim, nós ficamos juntos por todo final de semana e quanto mais eu conhecia Kyle, mais eu gostava dele. E meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a segunda-feira, e lá estava Lyle com aquela quantidade de livros outra vez. Eu o parei e disse:
- Diabos, rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando uma pilha de livros assim todos os dias.
Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros.
Pelos próximos quatro anos, Kyle e eu nos tornamos os melhores amigos. Quando estávamos nos formando, começamos a pensar na faculdade.
Kyle decidiu ir para Georgetown, e eu ia para Duke. Eu sabia que seriamos sempre amigos, que a distância nunca seria um problema. Ele seria médico e eu ia tentar uma bolsa no time de futebol. Kyle era o orador oficial da nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um  C.D.F. ele teve que preparar um discurso de formatura. Eu estava super contente em não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar. No dia da formatura, eu vi Kyle. Ele estava  ótimo. Ele era um daqueles  caras que realmente se encontraram durante a escola. Ele estava mais encorpado e tinha uma boa aparência, mesmo usando óculos. Ele saía com mais garotas do que eu,  e todas as meninas o adoravam! Às vezes eu até ficava com inveja.
Hoje, era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso sobre o discurso. Então, eu dei um tapinha nas costas dele e disse:
- Ei, garotão, você vai se sair bem!
Ele olhou para mim com aquele olhar(aquele olhar de gratidão) e sorriu.
- Valeu – ele disse.
Quando ele subiu no oráculo, limpou a garganta e começou o discurso: “ A formatura é uma época para agradecermos àqueles  que nos ajudaram durante estes anos duros. Seus pais, seus professores, seus irmãos, talvez até um treinador... mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer que ser um amigo é o melhor presente que você pode lhes dar. Eu vou lhes contar uma história”
Eu olhei para o meu amigo, sem conseguir acreditar, enquanto ele contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia planejado se matar naquele final de semana. Ele contou a todos como ele havia esvaziado seu armário na escola, para que sua mãe não tivesse que fazer isso, depois que ele morresse, e estava levando todas as suas coisas para a casa. Ele olhou diretamente nos meus olhos e me deu um pequeno sorriso. “Felizmente eu fui salvo. Meu amigo me salvou de fazer algo inominável”. Eu observava o nó na garganta em todos na platéia,   enquanto aquele rapaz popular e bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.  Eu vi sua mãe e seu pai olhando  para mim e sorrindo com aqulea mesma gratidão. Até aquele momento, eu jamais havia me dado conta da profundidade do sorriso que ele me deu naquele dia.
Nunca subestime o poder das ações. Com um pequeno gesto você pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior. Deus nos coloca a todos nas vidas uns dos outros, para que tenhamos um impacto um sobre o outro de alguma forma.
Procure o bem nos outros.

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O Sol e o Vento


            O Sol e o Vento discutiam sobre qual dos dois era mais forte.
            O Vento disse:
         - Provarei que sou o mais forte. Vê aquele velho que vem lá embaixo com um capote? Aposto como posso fazer com que ele tire o capote mais depressa do que você.
           O Sol recolheu-se atrás de uma nuvem e o Vento soprou até quase se tornar um furacão, mas quanto mais ele soprava, mais o velho segurava o capote junto a si.
             Finalmente, o Vento acalmou-se e desistiu de soprar.
             Então, o Sol saiu de trás da nuvem e sorriu bondosamente para o velho. Imediatamente, ele esfregou o rosto e tirou o capote.
            O Sol disse, então, ao Vento:
           - Lembre-se disso: a gentileza e a amizade são sempre mais fortes que a fúria e a força.

O silêncio de Deus


    Conta-se que, na Noruega, havia um homem chamado Haakon, que cuidava de uma ermida, onde havia uma cruz de Cristo muito antiga, à qual as pessoas costumavam solicitar milagres.
    Um dia, Haakon também, quis pedir um favor, impulsionado por um desejo generoso. Ajoelhou-se aos pés da cruz e disse:
    - Senhor, quero padecer por ti. Deixa-me ocupar teu posto. Quero substituir-te na cruz. - E olhou fixamente para a efígie, como que esperando uma resposta.
    O Senhor abriu seus lábios e falou. Suas palavras caíram do alto, sussurrantes e admoestadoras:    
    - Servo meu, concedo teu pedido, mas há de ser com uma condição.
    - Qual, Senhor? - perguntou enfaticamente Haakon. - É uma condição difícil? Estou disposto a cumpri-la, com tua ajuda, Senhor!
    - Escuta, aconteça o que acontecer e vejas o que quer que vires, haverás de guardar segredo para sempre.
    Haakon respondeu:
    -Prometo, Senhor!
    A troca foi feita. Ninguém percebeu a mudança. Ninguém reconheceu o ermitão, pregado com os cravos na cruz. O Senhor ocupava o posto de Haakon. Este, durante muito tempo, cumpriu o compromisso. Não disse nada a ninguém.
    Mas um dia, chegou um rico e, depois de haver rezado, esqueceu ali sua carteira. Haakon viu e se calou. Também não disse nada, quando um pobre, que chegou horas depois, apropriou-se da carteira do rico. Nem tampouco disse nada, quando um rapaz se prostrou diante dele, pedindo-lhe uma graça pela grande viagem que iria empreender. Mas, nesse momento, voltou o rico em busca da bolsa. Como não conseguiu encontrá-la, julgou que o moço a tivesse apanhado. Voltou-se para o jovem e lhe disse, cheio de raiva:
    - Devolve-me a bolsa que me roubaste!
    O moço, surpreso, replicou:
    - Não te roubei nenhuma bolsa!
    - Não mintas! Devolve-me logo!
    - Eu te repito que não peguei bolsa nenhuma! - afirmou o rapaz.
    O rico avançou furioso contra ele.
    Ecoou, então, uma voz forte:
   - Pare aí!
    O rico olhou para cima e viu que era a imagem que falava. Haakon, que não conseguiu ficar em silêncio, gritou, defendeu o jovem, repreendeu o rico por falsa acusação. Este ficou humilhado e saiu da ermida. O jovem saiu também, porque tinha pressa em iniciar sua viagem.
    Quando a ermida ficou vazia, Cristo se dirigiu ao seu servo e lhe disse:
    - Desce da cruz. Não serves para ocupar o meu lugar. Não foste capaz de guardar silêncio!
    - Mas, Senhor -disse Haakon -, como ia permitir essa injustiça?
   As posições foram destrocadas. Jesus ocupou a cruz de novo e o ermitão ficou perante ela.
   Jesus continuou falando:
    - Tu não sabias que convinha ao rico perder sua bolsa, pois levava nela o preço da virgindade de uma jovem mulher. O pobre, ao contrário, tinha necessidade desse dinheiro e fez bem em levá-lo; enquanto que o jovem que ia ser atacado, seus machucados o teriam impedido de realizar a viagem que o levaria à morte. Há poucos minutos, acabou de afundar o barco e ele perdeu a vida. Tu não sabias de nada. Eu sim. Por isso me calo.
    E o Senhor, novamente, ficou em silêncio.

Muitas vezes nos perguntamos por que Deus não nos responde... Por que razão Deus não nos responde? Por que fica calado?
Nós gostaríamos que Ele nos respondesse aquilo que desejamos ouvir... Deus não é assim. Deus nos responde com o silêncio. Devemos aprender a escutá-lo. Seu Divino Silêncio são palavras destinadas a nos convencer de que Ele sabe o que está fazendo.
Em Seu silêncio, nos diz com amor: "Confiai em mim, que sei muito bem o que devo fazer!"

O segredo da felicidade


             Certo mercador enviou seu filho para aprender o segredo da felicidade com o mais sábio de todos os homens. O jovem andou durante quarenta dias pelo deserto até chegar a um bonito castelo, no alto da montanha. Ali vivia o sábio que procurava. No entanto, em vez de encontrar um homem sábio, nosso herói entrou em uma sala e viu uma atividade intensa: mercadores que entravam e saíam, pessoas conversando pelos cantos, uma pequena orquestra que tocava suaves melodias e uma mesa repleta dos mais deliciosos manjares daquela região do mundo.
            O sábio conversava com todos e o jovem teve que esperar duas horas, até que chegasse sua vez de ser atendido.
            O sábio ouviu atentamente o motivo de sua visita, mas lhe disse que, naquele momento, não tinha tempo de explicar-lhe o segredo da felicidade. Pediu-lhe que desse um passeio pelo palácio e regressasse duas horas depois.
            ― Mas quero pedir-te um favor ― completou o sábio, entregando-lhe uma colherinha de chá, na qual colocou duas gotas de azeite. ― Enquanto estiveres caminhando, leva esta colherinha, cuidando para não derramar o azeite.
            O jovem começou a subir e a descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Passadas duas horas, retornou à presença do sábio.
            Que tal perguntou o sábio. ― Viste os tapetes da Pérsia, que estão em minha sala de jantar? Viste o jardim que o mestre dos jardineiros levou dez anos para cultivar? Reparaste nos belos pergaminhos da biblioteca?
            O jovem, envergonhado, confessou que não tinha visto nada. Sua única preocupação havia sido a de não derramar as gotas de azeite que o sábio lhe tinha confiado.
            ― Pois, então, volta e conhece as maravilhas de meu mundo ― disse o sábio. ― Não podes confiar em um homem, se não conheces sua casa.
            Já mais tranquilo, o jovem pegou novamente a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez olhando com atenção todas as obras de arte que adornavam o teto e as paredes. Viu os jardins, as montanhas ao seu redor, a delicadeza das flores, o esmero com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do sábio, contou-lhe tudo o que tinha visto.
            Mas onde estão as duas gotas de azeite que te confiei? ― perguntou o sábio.
            O jovem olhou a colher e se deu conta de que as tinha derramado.
            Pois é um único conselho que tenho para te dar. ― disse-lhe o sábio dos sábios. ― O segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo, sem nunca se esquecer das duas gotas de azeite na colher.

O rio e o mar

            Sobre as pedras brancas e lapidadas ele percorria.
            Percorria só, atento às ondulações em suas margens.
            Observando dia e noite a mata que o protegia.
            Sabia estar indo para algum lugar, mas não podia prever aonde daria seu curso.
            Por vezes, sentia-se só e alegrava-se quando os animais vinham nele beber.
            Dia e noite, suas águas percorriam e desejava saber o porquê da sua natureza assim ser. Queria parar um pouco e desfrutar das mesmas coisas que todos desfrutavam na mata.
            Um dia, ao entardecer, entristeceu-se e se pôs a chorar. Sentia muita solidão...
            Suas lágrimas inundaram a mata, causando pânico aos que nela viviam:
            - Rio, por que choras? Tua tristeza desequilibra a natureza na qual vivemos!
         - Choro por sentir-me só. Enquanto todos possuem companhia, eu percorro sozinho, sem ninguém para falar, ninguém para brincar. E sinto medo, pois não sei para onde estou indo...
            Todos na mata silenciaram diante da tristeza do rio. Também não sabiam aonde ele iria chegar. Não podiam ajudá-lo. E, assim, todos ficaram parados, vendo o rio passar...
            Sua tristeza era profunda e não havia meios de ajudá-lo...
            A chuva surgiu inesperadamente de dentro da mata e, vendo a tristeza do rio, perguntou:
            - O que lhe tira a paz, meu caro amigo?
          - Não entendo minha natureza e sinto-me muito sozinho a percorrer por tantos caminhos que nunca chegam a lugar algum.
            A chuva, vendo o desespero do rio, afagou-o gentilmente com suas águas límpidas.
           - Se choras por estares só, é porque ainda não descobriste tua real natureza. Nada neste mundo está só, excluído do todo. Aceita tua natureza e percorre feliz em teu curso. És tão necessário quanto a mata e tudo que nela vive. És tão necessário quanto o sol e tudo que na sua luz é banhado. Teu destino não está longe e quando o encontrares, saberás que tudo tem uma razão de ser. Aceita a orientação que vem de dentro, ela sabe o percurso e sabe para onde estás indo. Confia e tua confiança conduzir-te-á para tua alegria, para teu descanso, para teu reencontro com a tua verdadeira natureza. Quando chegares neste lugar, estarás em paz, pois viverás com os teus iguais.
            O rio recebeu a chuva com contentamento e tratou de seguir seu curso, confiante no que ela lhe falara.
            Adiante, uma surpresa: percebeu que estava saindo da verde mata, caindo lentamente sobre um mar azul... Infinitamente azul.

O preço de um milagre

           
Tess era uma garotinha precoce de 8 anos, quando ouviu seu papai e sua mamãe conversando sobre seu irmãozinho, Andrew. Tudo que ela sabia era que ele estava doente e que eles estavam completamente sem dinheiro. Eles se mudariam para um apartamento num subúrbio no próximo mês, porque o papai não tinha recursos para pagar as contas do médico e o aluguel do apartamento.
Somente uma intervenção cirúrgica muito cara poderia salvá-lo agora, e parecia que não havia ninguém que  pudesse emprestar-lhes o dinheiro.
Ela ouviu seu pai dizer para sua mãe chorosa, com um sussurro desesperado:
- Somente um milagre poderá salvá-lo.
Tess foi ao seu quarto e puxou o vidro de gelatina de seu esconderijo no armário. Despejou todo o dinheiro que tinha no chão e contou-o cuidadosamente. Três vezes. O total tinha que estar exato. Não havia margem de erro. Colocando as moedas de volta no vidro com cuidado, e fechando a tampa, ela saiu devagarzinho pela porta do fundo e andou cinco quarteirões até a Farmácia Rexall, com seu símbolo de Chefe de Pele Vermelha sobre a porta. Ela esperou pacientemente que o farmacêutico a visse e desse atenção, mas ele estava muito ocupado no momento.
Tess esfregou os pés no chão para fazer barulho. Nada! Ela limpou a garganta com o som mais terrível que  pôde fazer. Nem assim! Finalmente, ela pegou um níquel e bateu no vidro da porta.
- E o que você quer? -  perguntou o farmacêutico com voz aborrecida. - Estou conversando com meu irmão que chegou de Chicago e que não vejo há séculos - disse ele, sem esperar resposta pela sua pergunta.
- Bem, eu quero lhe falar sobre meu irmão - Tess respondeu no mesmo tom aborrecido. - Ele está realmente doente... e eu quero comprar um milagre.
- Como?- balbuciou o farmacêutico atônito.
- Ele se chama Andrew e está com alguma coisa muito ruim crescendo dentro de sua cabeça e papai diz que só um milagre poderá salvá-lo. Então, quanto custa um milagre?
- Não vendemos milagres aqui, garotinha. Desculpe, mas não posso ajudá-la - respondeu o farmacêutico, com um tom mais suave.
- Escute, eu tenho o dinheiro para pagar. Se não for suficiente,  conseguirei o resto. Por favor, diga-me quanto custa.
O irmão do farmacêutico era um homem bem vestido. Ele deu um passo à frente e perguntou à garota.
- Que tipo de  milagre seu irmão precisa?
- Não sei - respondeu Tess, levantando os olhos para ele. - Só sei que ele  está muito mal e mamãe diz que ele precisa ser operado. Mas papai não pode pagar, então, quero usar meu dinheiro.
- Quanto você tem -  perguntou o homem de Chicago.
- Um dólar e 11 centavos - Tess respondeu quase num sussurro. - E é tudo que tenho, mas posso conseguir mais se for preciso.
- Puxa, que coincidência - sorriu o homem. - Um dólar e 11 centavos... exatamente o preço de um milagre para irmãozinhos! 
Ele pegou  o dinheiro com uma mão e dando a outra mão à menina, disse:
- Leve-me até aonde você mora. Quero ver seu irmão e conhecer seus pais. Quero ver se tenho o tipo de milagre que você precisa.
Esse senhor bem vestido era o Dr. Carlton Armstrong, um cirurgião, especializado em neurocirurgia. A operação foi feita com sucesso e sem custo algum e, meses depois, Andrew estava em casa novamente,  recuperado.
Mamãe e papai comentavam alegremente sobre a  seqüência de acontecimentos ocorridos:
- A cirurgia - murmurou mamãe - foi um milagre real. Gostaria de saber quanto deve ter custado...
Tess sorriu. Ela sabia exatamente quanto custou o milagre: um dólar e onze centavos... mais a fé de uma garotinha...

Um milagre não é a suspensão de uma lei natural, mas o resultado de uma lei maior .
"Deus não escolhe os capacitados. Capacita os escolhidos"

O poder de uma mulher


Onze pessoas estavam penduradas em uma corda num helicóptero. Eram dez homens e uma mulher. Como a corda não era forte o suficiente para segurar todos, para evitar a queda de todos eles, decidiram que um deles teria que se soltar da corda. Eles não conseguiram decidir quem, até que, finalmente, a mulher disse que se soltaria da corda, pois as mulheres estão acostumadas a largar tudo pelos seus filhos e seu marido, dando tudo e recebendo nada em volta. Quando ela terminou, todos os homens começaram a bater palmas... 
Nunca subestime o poder de uma mulher.

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